Jovens são os que mais sofrem com o cansaço emocional provocado pelos ecrãs, revela investigação produzida na ESEC

Um estudo de investigação científica desenvolvido para conclusão de estudo do curso de mestrado em Comunicação Social: Novos Media na Escola Superior de Educação de Coimbra revelou que os jovens são o grupo mais afetado pelo cansaço emocional provocado pelo uso constante de ecrãs, pela tendência para evitar situações sociais e pela ansiedade social em contextos de relacionamento comos pares.

O estudo, intitulado “Custos emocionais do mundo digital: Ansiedade, alienação e exaustão na era dos smartphones”, foi apresentado por Nathan Vieira e realizado sob a orientação do docente José Pedro Cerdeira, tendo sido concebido com o objetivo de avaliar a relação entre o consumo de conteúdos digitais e o bem-estar mental. Com recurso a uma metodologia de inquérito por questionário, foram inquiridas 183 pessoas, que responderam a perguntas sobre os hábitos de uso de smartphones e de consumo de conteúdos nas redes sociais. Os resultados analisados convergem com tendências já apontadas por estudos internacionais publicados nos últimos anos, sugerindo que quanto maior o for tempo passado com os smartphone e com o acesso a conteúdos digitais nas redes sociais maior a probabilidade dos utilizadores jovens vivenciarem estados psicológicos de ansiedade social e de exaustão emocional e de exprimirem um sentimento de estar a perder algo importante do mundo online (FoMO – Fear of Missing Out), evidenciando características de adição aos smartphones e às redes sociais.

De entre os dados mais relevantes, a investigação revelou que os consumidores solteiros sentem mais “medo de ficar de fora” (FoMO – Fear of Missing Out) por comparação com os casados ou em união de facto e que os homens apresentam maior receio da avaliação negativa (maior sensibilidade ao julgamento dos outros em contextos sociais) quando comparados com as mulheres.

Num momento em que se discute os eventuais impactos negativos das redes sociais na saúde mental, esta investigação reforça a necessidade de aprofundar o estudo do fenómeno das dependências digitais na saúde mental dos jovens (homens, solteiros), fazendo soar um alerta: é necessário promover programas de educação e literacia digital com o propósito de incentivar um uso mais consciente destas tecnologias, de modo a proteger o bem-estar emocional, sobretudo entre os consumidores mais novos, os quais gastam largas horas diárias ligados aos ecrãs.

O estudo foi apresentado no passado dia 28 novembro 2025, tendo tido a presença no júri dos docentes Gil Ferreira e Carla Patrão. Em consequência, justifica-se o desenvolvimento de novos estudos para aprofundar o estudo do fenómeno e gerar resultados que permitam avaliar o peso de diferentes realidades culturais e geracionais.

14.12.2025