Masterclass – Processo de criação de Crocodile Club – populismos e fantasmagorias com Mickäel de Oliveira

A masterclass aborda o processo dramatúrgico de escrita e criação da obra Crocodile Club que pertence à trilogia Pequenos Males (2024-2027).

A trilogia reflete sobre a contemporaneidade do «mal» e as suas representações nas dimensões política (Crocodile Club, 2024-25), religiosa e pedagógica (Promised Valley – Conference Center, 2025-26) e artística (Adaptação, 2026-2027). Os três espetáculos conjugam-se em torno do tema, mas também de uma mesma intermidialidade assente no diálogo entre teatro e cinema, com a montagem cinematográfica como dispositivo central para a composição das narrativas em palco.

Crocodile Club, procura explorar o novo espectro político português e a sua recente radicalização à direita, seguindo a tendência mundial de crescimento da extrema-direita novos populismos que procuram manipular a insatisfação e acicatar o medo. A peça propõe uma reflexão crítica sobre os limites da democracia e convoca uma revisão de imaginários próprios da tradição do cinema de terror.

Mickaël de Oliveira
Nasceu em 1984, em França, e vive em Portugal desde 1999. Licenciado e Mestre em Estudos Artísticos pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, é doutorado em Estudos de Teatro pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Desenvolveu um projeto de pós-doutoramento sobre a escrita literária no teatro e na dança, na mesma Universidade. No contexto académico, lecionou no Instituto Politécnico de Leiria (ESECS), na Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC), na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e na Universidade Lusófona de Lisboa e do Porto.
Entre 2011 e 2015, foi diretor-adjunto do Teatro Académico de Gil Vicente, responsável pela sua programação e gestão cultural. É, desde 2010, diretor artístico do Festival Encontros de Novas Dramaturgias Contemporâneas, que procura promover a dramaturgia contemporânea portuguesa. Foi artista associado do Teatro Viriato (Viseu, Portugal) na temporada 2021/2022. Atualmente, é diretor artístico do Teatro Oficina (Oficina, Guimarães) para o biénio 2023-24.

Em 2009, fundou o Colectivo 84 com John Romão, estrutura de criação onde desenvolve o seu trabalho artístico. Os últimos espetáculos escritos e encenados por Mickaël de Oliveira são o díptico Episódios da vida selvagem (A minha morte e A nossa vida, 2022-23), Festa de 15 Anos (2020), My Favorite Suicide (2019, EUA), Hantologia (2019), o díptico Sócrates Tem de Morrer (A Morte de Sócrates e A Vida de John Smith, 2017-2018), A Constituição (2016) e Oslo (2014-15). Colaborou igualmente como autor e dramaturgista com criadores e estruturas como Patrícia Portela, John Romão, Anne Monfort, Rui Horta, Rimini Protokoll, entre outros.

Alguns dos seus textos estão reunidos e publicados em Obra Completa Tomos I (2015) e II (2022) pelas edições Húmus, tendo sido convidado a apresentar o seu trabalho de escrita em várias salas nacionais e internacionais.

* evento exclusivo para alunos da licenciatura em Teatro e Educação