Palestra “Profissão de risco: O Intérprete de Línguas Gestuais como Performer de Alta Competição”

No âmbito da unidade curricular de Interpretação para Voz I, da Lincenciatura em Língua Gestual Portuguesa da ESEC, irá decorrer no dia 20 de maio 2021, entre as 9h30 e as 11h30, a Palestra Profissão de risco: O Intérprete de Línguas Gestuais como Performer de Alta Competição.

Sendo as profissões de intérprete e de professor de LGP profissões das quais ocorrem doenças profissionais importa por um lado dar a conhecer quais as doenças profissionais, e por outro lado promover uma atitude de prevenção. Pelo que esta palestra tem como principal objetivo o de promover uma atitude de prevenção, bem como dar a conhecer alguns exercícios fundamentais de aquecimento e/ou alongamento.

Serão convidadas da sessão Cristina Caciones Gil e Joana Morêdo Pereira.

Sessão de acesso livre.
Link de Acesso | https://videoconf-colibri.zoom.us/j/85081606131?pwd=SDVuNnR3bTZ2STlaSVZWMDlKMGNjQT09

INFORMAÇÃO
No âmbito da Aplicação do Regulamento Geral de Proteção de Dados (EU) 2016/679 de 27 de abril (RGPD), informamos que esta sessão decorrerá em contexto académico, em formato online através da Plataforma Colibri/Zoom, é aberta ao público, e onde é possível a identificação de pessoas, através de imagem e/ou voz.

Oradoras
Cristina Gil entrou na Comunidade Surda ao ingressar num curso de Língua Gestual Portuguesa (LGP) na Associação Portuguesa de Surdos, à época sita na Av. da Liberdade, quando tinha 17 anos. Licenciou-se em Tradução e Interpretação de LGP (2002-2007) na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal, e concluiu o mestrado em Comunidade Surda, Educação e Línguas Gestuais na Universidade de Barcelona (2008-2010) com uma dissertação sobre a liderança Surda Portuguesa. Posteriormente, obteve o diploma de estudos avançados em Estudos Culturais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (2014), e mais recentemente, concluiu o Doutoramento internacional The Lisbon Consortium em Estudos de Cultura da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa (UCP) com o apoio financeiro da Fundação para a Ciência e Tecnologia (2016-2020). A sua tese intitula-se “Deaftopia: Utopian Representations and Community Dreams by the Deaf” e é o culminar de oito anos de investigação transdisciplinar em Estudos de Cultura, Estudos Surdos e Estudos de Utopia.

Exerceu a profissão de Intérprete de LGP durante 13 anos em diversos contextos nacionais e internacionais (associativo, saúde, desportivo, educacional, académico-científico e artístico) e, exerceu funções de Guia-Intérprete de LGP de Surdocegos durante 4 anos. Em 2011, deu formação a intérpretes e docentes de LGP a convite de diversas entidades. Foi docente assistente, intérprete, guia-intérprete e tutora na Licenciatura Pro_LGP no Instituto de Ciências da Saúde da UCP (2011-2014) com alunos Surdos e Surdocegos. Posteriormente, foi docente assistente na Pós-graduação em LGP da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Coimbra (2013-2014) com alunos Surdos e ouvintes. E em 2016, começou a dar aulas na sua alma mater na Licenciatura de Tradução e Interpretação de LGP, onde é actualmente Professora Adjunta Convidada.

É sócia fundadora da Associação Nacional e Profissional da Intérpretação – Língua Gestual, e foi secretária da assembleia de 2011 a 2017. Actualmente, apoia a ANAPI-LG em prol da regulamentação legal e melhoria das condições profissionais dos ILGP.

Os seus interesses de investigação e produção científica gravitam em torno das temáticas da Cultura Surda.

Joana Pereira licenciou-se em Tradução e Interpretação de Língua Gestual Portuguesa (LGP) em 2005, pela Escola Superior de Educação de Setúbal. Prosseguiu estudos na Universidade Católica Portuguesa (UCP) onde, em 2008, terminou o mestrado em Educação de Surdos e Língua Gestual Portuguesa, do qual resultou um livro bilingue e bimodal sobre Cultura Surda e padrões de relacionamento. Em 2014 obteve o diploma de Estudos Avançados em Estudos Culturais, pela Universidade Nova de Lisboa. Em 2021 conclui o doutoramento internacional em Estudos Interculturais/Estudos Surdos pela University College London, financiado pela Fundação para Ciência e Tecnologia, tendo produzido uma tese sobre os aspetos interculturais da receção de performances em línguas gestuais que as descreve como instrumento poderoso na mudança de mentalidades para com as pessoas Surdas, promovendo uma importante troca de valores e perspetivas que abre espaço nos espectadores para a empatia e valorização da diversidade cultural e linguística humana. Este trabalho multidisciplinar abarca as áreas de Estudos de Tradução, Estudos de Performance e Deaf Studies, tendo sido orientado pela renomada Professora Doutora Bencie Woll (Deaf Studies) e ela especialista em tradução e performance Doutora Geraldine Brodie.

Profissionalmente, foi intérprete de LGP durante 15 anos em diversos contextos (educacional, científico, artístico e associativo). Trabalhou como coordenadora de intérpretes e docente assistente na Universidade Católica Portuguesa, numa licenciatura desenhada para gestuantes, e no Instituto Politécnico de Coimbra como Docente de Cultura Surda num mestrado focado na Língua gestual Portuguesa.  É autora de diversos artigos no âmbito da Cultura Surda, Educação, Interpretação de Línguas Gestuais e Linguística das Línguas Gestuais, publicados em Portugal e a nível internacional. A sua tese doutoral encontra-se a concurso para publicação pela DeGruyter.

Os seus objetivos a longo prazo são: contribuir para a criação de conhecimento científico sobre fenómenos interculturais, artísticos e, em específico (mas não em exclusivo), no que concerne a Comunidade Surda Portuguesa; trabalhar lado a lado com estas comunidades para a disseminação da conceção cultural deste grupo como uma forma de empowerment e salvaguarda dos Direitos Humanos do Cidadão Surdo.