Diplomado em Gastronomia foi o licenciado do IPC com média de conclusão mais alta em 2021/22
Henrique Camões, diplomado em Gastronomia pela Escola Superior de Educação do Politécnico de Coimbra, foi distinguido no Dia do Politécnico de Coimbra por ser o diplomado do IPC cuja média de conclusão de Licenciatura foi a mais alta no ano letivo 2021/22.
Conclui o curso com média final de 18,76 valores e foi com todo o mérito que recebeu a bolsa atribuída pelo Jornal Ensino Magazine (uma publicação nacional dedicada ao ensino, educação, investigação, ciência, cultura, juventude e atividades académicas, no âmbito de uma parceria com o Politécnico de Coimbra. O prémio foi entregue pelo Presidente do IPC, Jorge Conde, e por Maria João Leitão, em representação da Ensino Magazine.
Henrique Leitão refere o seu percurso de estudante como “uma jornada apaixonante, de crescente expectativa, onde se foi alimentando um sonho que eu e o Politécnico de Coimbra fomos erguendo juntos”. O curso resulta de uma parceria da Escola Superior de Educação com as Escolas Superiores Agrária, Tecnologia e Gestão e de Tecnologias da Saúde do Politécnico de Coimbra e a Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, do Turismo de Portugal. Para si, o facto de o curso contar com a colaboração de várias escolas é uma mais valia, permitindo aproveitar “o que de melhor cada instituição tem para oferecer e a especialização do seu ensino e capital humano”, acrescenta.
Atualmente, encontra-se a frequentar o Mestrado em “Alimentação: Fontes, Cultura e Sociedade” e é investigador do CITUR, Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo, mas o seu objetivo é continuar a sua formação, fazer doutoramento e seguir a carreira docente.
– O que significa para si a atribuição deste prémio?
Sinto que este prémio é um reconhecimento pelo esforço e dedicação que coloquei ao longo de três anos de licenciatura, tendo-me deixado imensamente feliz, orgulhoso e motivado, ao mesmo tempo que me deixou serenamente sóbrio pelo peso da responsabilidade associado.
Para mim, os prémios são sempre parcialmente injustos, pois para além de omitirem aritmeticamente feitos e esforços tão ou mais valorosos dos que os do premiado, nunca são inteiramente de quem os ganha. Os prémios explicam-se por contextos, circunstâncias e sorte, sendo construídos e tornados reais por todos aqueles que, com o premiado, foram obrando conhecimento, orlando talento e erguendo sonhos. Nesse sentido, só me posso sentir grato por todos aqueles que fizeram parte do meu contexto e da minha circunstância, dedicando-lhes a distinção, pois foram a minha sorte.
– Quais eram as suas expectativas em relação ao curso de gastronomia?
Inicialmente, ingressei na licenciatura em Gastronomia com intuito de “abrir portas” ao meu futuro, complementando a minha formação anterior, Gestão e Produção de Cozinha, e adquirindo novas competências que me permitissem prosseguir as oportunidades transversais e multidisciplinares que a gastronomia oferece.
Seguiu-se uma jornada apaixonante, de crescente expectativa, onde se foi alimentando um sonho que eu e o Politécnico de Coimbra fomos erguendo juntos.
– Quais considera terem sido os pontos fortes da licenciatura em Gastronomia?
É curioso que, dependendo do prisma, aquele que considero ser o ponto forte da licenciatura possa ser, também, entendido como uma fragilidade. Destaco o facto de a licenciatura surgir da colaboração de várias instituições de ensino do Politécnico de Coimbra, tendo como escola-mãe a ESEC, aproveitando o que de melhor cada instituição tem para oferecer e a especialização do seu ensino e capital humano. Contudo, tal parceria implica, na prática, que as aulas estejam divididas por três escolas situadas em três zonas distintas da cidade de Coimbra e, embora esse contacto com diferentes realidades e estruturas físicas e humanas seja positiva, podem surgir dificuldades de mobilidade para alguns dos alunos, principalmente aqueles que se encontram em circunstância e contextos mais vulneráveis.
– Onde realizou estágio curricular e que importância lhe atribui para o seu futuro profissional?
Realizei o meu estágio no restaurante FAMA by Luís Lavrador, tendo lá desenvolvido o meu projeto, o “1o Campeonato Gastronómico FAMA by Luís Lavrador”, que considero ter sido uma experiência extremamente gratificante, desafiante e didática. Gratificante, desde já, por me ter sido confiada a liberdade de estratégia para atingir um objetivo da empresa. Tal voto de confiança, para além de me ter atribuído mais responsabilidade, fez-me sentir mais envolvido com o projeto, uma vez que me permitiu optar por uma estratégia com a qual me identificasse, tendo-me simultaneamente feito sentir valorizado e considerado. Gratificante, também, pelo incansável apoio e carinho da equipa do FAMA by Luís Lavrador, pela adesão e corajosa participação de seis confrarias gastronómicas da região de Aveiro, pelos contributos dos vários júris que foram “ajuizando” este campeonato amigável, e pela adesão e comentários positivos do público, sem os quais o projeto deixaria de fazer qualquer sentido. Desafiante, pois a organização de um evento novo, particular e, de certo modo, imprevisível, uma vez que cada fase contou com os participantes mais bem classificados das fases antecedentes, num tão curto espaço de tempo, foi uma façanha trabalhosa. Didático, pois a sua organização e execução exigiu o desenvolvimento de várias valências inerentes, tendo permitido não só a mim como a todos os envolvidos participar num espaço aberto e valioso de troca de conhecimentos, perspetivas e sabores, onde se celebrou, acima de tudo, a gastronomia, a amizade e a partilha.
Foram, assim, atingidos resultados satisfatórios, com projeção regional, onde se valorizou, em simbiose, o restaurante e o património gastronómico regional, cujos inúmeros ensinamentos levarei sempre comigo.
– Quais são os suas perspetivas para o futuro?
Perspetivo prosseguir a carreira docente e de investigação científica, possivelmente aliadas a alguma atividade no mercado de trabalho. Para tal, encontro-me a frequentar o mestrado em Alimentação: Fontes, Cultura e Sociedade na FLUC, sou investigador bolseiro do CiTUR Coimbra, e encontro-me a desenvolver alguns trabalhos científicos em co-autoria. Pretendo, posteriormente, candidatar-me a um ciclo de estudos conducente à obtenção do grau de doutor.