Aluno da ESEC integrou Equipa portuguesa de resgate na Turquia

Duarte Simões é aluno finalista da licenciatura em Desporto e Lazer e integrou a equipa portuguesa da Força Operacional Conjunta (FOCON), destacada para ajudar nas operações de busca e salvamento na Turquia na sequência dos sismos ocorridos no início do mês de fevereiro. Apesar de já ter experiência em missões da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) que integra como profissional da GNR, Duarte Simões considera que esta experiência teve um elevado grau de exigência físico e psicológico. Apesar do cenário de destruição que encontrou, destaca  que o melhor momento da sua ação nesta missão foi “o resgate do Baran, criança de 12 anos resgatada com vida” depois de estar 5 dias presa nos escombros de um prédio.

O estudante da ESEC regressou a Portugal a 18 de fevereiro e deixou-nos o seu testemunho da missão de busca e salvamento em que participou com mais 51 operacionais da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Sapadores Bombeiros de Lisboa, do INEM e da GNR.

 Como surgiu esta oportunidade de integrar a Força Operacional Conjunta (FOCON) em missão na Turquia? 

Esta oportunidade surgiu no âmbito de pertencer a equipa especializada de UAS (Unmanned Aircraft System) vulgarmente conhecido como drones, da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da Guarda Nacional Republicana. Esta equipa é um apoio às equipas USAR (Urban Search And Rescue) e à tomada de decisão por parte do Comando desta força.

– Qual considera ter sido o pior e melhor momento desta experiência em que participou?

O pior momento foi presenciar o grau de destruição da cidade de Hatay e cumulativamente o número de mortos nos escombros por resgatar.

O melhor momento, sem dúvida, foi o resgate do Baran, criança de 12 anos resgatada com vida nos escombros. Como também tenho o curso BREC (Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas) e toda a ajuda nunca é demais, participei ativamente nas operações de resgate do Baran.

– Qual a sua experiência em operações de socorro anteriores a esta?

Quase todas as semanas esta equipa é empenhada em missões de busca a pessoas desaparecidas e outras missões no âmbito de proteção civil e policial em território nacional. Já tinha participado em missões internacionais de cariz “policial”, mas neste tipo de missões SAR (Search and Rescue) foi a primeira vez.

– Como aluno de Desporto e Lazer, considera que a sua condição física foi importante para intervir neste contexto?

Sim sem dúvida. A condição física é muito importante neste tipo de cenários. São operações que exigem muito desgaste físico, associado a uma diminuição das horas de sono, o fator distancia da família, a quebra das rotinas quotidianas, podem gerar algum desconforto psicológico e nada melhor do que estar bem preparado fisicamente para a diminuir as consequências referidas. É importante referir que a UEPS privilegia o treino físico diário e o treino operacional das diversas especialidades para em situações semelhantes a capacidade operacional dos seus militares não seja posta em causa.

– Perante o cenário de destruição com que se deparou, o que se pode ainda fazer para ajudar?

Neste momento a prioridade do Governo turco centra-se em desenvolver instalações para acomodar os desalojados pelo sismo. No meu ver e segundo o que presenciei as ajudas neste momento devem ser centralizadas para os bens de primeira necessidade principalmente para bebés como por exemplo, fraldas, roupa e alimentação para bebés e sistemas de aquecimentos devido às baixas temperaturas nomeadamente no período noturno.